Escrevendo sua História

"Escrever nossa própria história pode ser difícil, mas não é tão duro quanto passar fugindo dela."

Brené Brown

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Pré-modernismo - 2ª série/ Ensino Médio

Aula de apoio para o trabalho do bimestre

Pré-modernismo

Esse período, que corresponde ao início do século XX, exigiu do artista um novo olhar para a realidade, um olhar que pudesse dar conta de nossa diversidade (regiões, centros urbanos, imigrantes etc). Com essa intenção, a produção de crônicas e romances refletiu aspectos cruciais do Brasil daquela época.
Com a modernização da imprensa à época pré-modernista, os textos circulavam mais rapidamente, e a necessidade de informações deu origem às coberturas in loco, com correspondentes, como as que conhecemos hoje. Ao cronista, então, cabia a tarefa de comentar esses fatos.
 Nesse contexto, escritores como Lima Barreto e João do Rio desenvolveram um olhar crítico para a sociedade brasileira e, não raro, aliaram as feições jornalísticas da crônica com o trabalho artístico da linguagem.
A nova fase política, aliada à modernização tecnológica, tornou a cidade, especialmente o Rio de Janeiro, o foco das atenções. A urbe necessitava conhecer o país como um todo, queria notícias diárias. Então, se, por um lado, surgiram os romances regionais, de outro, as coberturas jornalísticas dos fatos ganharam especial interesse e importância. Sem dúvida, invenções como a fotografia, o telégrafo e o cinema foram determinantes para o Pré-Modernismo, pois, cada vez mais, a Literatura precisou adequar sua expressão à busca pelo real. Nesse sentido, as crônicas foram textos exemplares, adequando-se à transformação do gosto literário, que, cada vez mais, demandava a atualidade.
O ambiente urbano e sua modernização foram vitais para a produção pré-modernista, assim é importante  visualizarmos o Rio de Janeiro da época e, assim, imergir no universo explorado por Lima Barreto e João do Rio.

I- ASPECTOS HISTÓRICOS:
No que concerne ao contexto histórico, esse foi um período de guerras, miséria, desemprego e revoltas populares. Os primeiros anos da República com Floriano Peixoto (1891-1894), foram marcados por protestos da oposição que não o aceitavam como presidente e que culminaram em dois conflitos: Revolta Federalista do Rio Grande do Sul e Revolta da Armada. Vale ainda citar outras revoltas que marcaram o período pré-modernista: a Guerra de Canudos, ocorrida nos anos de 1896 e 1897, na Bahia; a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, em 1903; e a Revolta da Chibata, também no Rio de Janeiro, em 1910.
Na capital fluminense, o século XX tem início com grandes transformações promovidas pela Reforma Pereira Passos. Segundo vários historiadores, um dos maiores problemas urbanos do Rio, a favelização, começou exatamente nesse período.
Outros problemas sociais preocupavam:
·         Mão-de-obra escrava substituída por imigrantes gerando muita marginalização
·         Condições de trabalho aviltantes nas indústrias
·         1917 – greves operárias em São Paulo.
·         O Nordeste sofria com a seca e a estagnação econômica, era atacado por cangaceiros e favorecia a arregimentação de fanáticos por seitas.
O final do século XIX e início do século XX, destacou aspectos como a riqueza de poucos em detrimento da miséria de muitos, o desemprego e o empenho de reprodução dos modelos franceses na Belle Époque, e um olhar mais crítico para as diferentes regiões do Brasil.

II- MARCOS HISTÓRICOS:
            Neste contexto surge o Pré-modernismo, que não chega a ser uma “escola literária, mas um período de transição em que conviveram várias tendências. Podemos citar como marcos:
·         Início: 1902 –publicação de Canaã, de Graça Aranha e Os Sertões, de Euclides da Cunha.
·         Término: 1922-  realização da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo.
Esse período caracteriza-se pela convivência de várias correntes e estilos com predominância ainda do Parnasianismo.
Os parnasianos, literatos oficiais, estavam preocupados com  prestígio social (literatura “sociedade do sorriso”), pregavam modelos europeus e tom retórico em cafés e saraus.
Surgem alguns autores preocupados em interpretar a realidade brasileira, revelar suas tensões e problemas sociopolíticos da época.

III- CARACTERÍSTICAS:
·         Experiências precursoras da linguagem modernista na poesia e na prosa.
Ex.: Na poesia, o vocabulário científico de Augusto dos Anjos (de origem simbolista) e na prosa, a linguagem jornalística de Euclides da Cunha.
·         Intenção de construir um Brasil literário que correspondesse mais ao país real, abandonando as visões particularizadas das elites dos grandes centros.
·         Aproximação entre o momento histórico vivido e a trama desenvolvida nos romances.

Trata-se de uma época em que se podem observar os seguintes planos:
a) Formal: conservador, uso das descrições, da linguagem prolixa, das características realistas e naturalistas na prosa.
b) Temático: inovador, partindo de uma postura crítica da realidade brasileira. Na prosa, preocupação em registrar as preocupações sociais da época. 

Assista ao vídeo "Vestibulando Digital - Pré-modernismo" para enriquecer seus conhecimentos:


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