Escrevendo sua História

"Escrever nossa própria história pode ser difícil, mas não é tão duro quanto passar fugindo dela."

Brené Brown

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Vestibulando Digital _ Simbolismo - 2º ano EM

Simbolismo e suas principais características e representantes

Estudar o Simbolismo é contribuir para a recuperação de seu valor estético, vilipendiado pela crítica e pelo público de sua época. Os poetas dessa vertente retomaram questões esquecidas desde a instauração do ciclo antirromântico, como a subjetividade e a valorização dos sentimentos e das emoções empreendida pelos poetas românticos. Isso ocorreu porque o final do século XIX foi bastante turbulento no Brasil e na Europa.
Ao contrário do que se pensava, o capitalismo e os avanços técnico-científicos não foram capazes de beneficiar toda a população, privilegiando apenas uma pequena elite, de modo que conquistas como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República não propiciaram mudanças efetivas, mantendo o status quo de uma maioria oprimida. Sendo assim, o clima otimista que imperava à época das benesses promovidas pela Revolução Industrial foi substituído por um olhar mais reflexivo e pessimista que, obrigatoriamente, necessitava de um novo olhar artístico para expressá-lo.
Guiados pela percepção de que a arte tinha de voltar a ser valorizada por ela mesma, sem a necessidade de ser engajada, parnasianos e simbolistas, partilhando o mesmo contexto de produção, questionam o poder da razão e da ciência. Essas estéticas, portanto, opuseram-se à recém formada sociedade tecnocrata e buscaram valorizar o belo da arte, mas por caminhos distintos, que fizeram do Parnasianismo a arte da elite, e do Simbolismo uma arte marginal.
O desprestígio que acometeu o Simbolismo está filiado ao seu projeto literário, que pretendia sugerir, simbolizar, ao invés de simplesmente dizer. Ainda que empreendendo um primoroso trabalho linguístico, criando imagens sugestivas, valorizando a sonoridade e as sinestesias, os simbolistas não conseguiram despertar, no público da época, ainda apegado aos valores parnasianos, o gosto por poemas que visassem à captação da essência humana.
            A recém-formada elite brasileira também desprezou o movimento, pois estava deslumbrada com os recentes avanços e carecia de uma visão crítica da realidade, o que dificultou a compreensão do projeto literário simbolista. Mesmo entre os intelectuais, esse desprezo se manteve, o que se comprova pelo fato de que nenhum poeta simbolista fez parte da Academia Brasileira de Letras quando de sua fundação por Machado de Assis, em 1896. Diante desse desprestígio, resgatar o valor dessa estética é de extrema importância, proporcionando a ênfase, de outra faceta da linguagem: sua capacidade de abstração, de construir o vago (sonho) a partir do concreto (a língua).
Essa mesma capacidade de abstração também marcava outra manifestação artística: o Impressionismo.
O clima de incertezas e indefinições atingiu as artes plásticas originando telas que se afastaram completamente do modo de expressão realista: o que valia eram as impressões do artista e não a mera reprodução do real. Assim, estudar o Simbolismo favorece a compreensão do Impressionismo, pois, se os poetas utilizavam a língua para expressar o desconhecido, os impressionistas apropriavam-se das cores e dos jogos de luz e sombra para inserir a abstração em suas obras...


Para complementar suas informações assista o vídeo a seguir sobre a estética simbolista:


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