Oi , turma, que tal treinar um pouquinho a ortografia de forma mais agradável. Vamos trabalhar o emprego do hífen e questões relacionadas à acentuação e concordância.
Temos aqui uns joguinhos do site "Educar para crescer" que podem facilitar o nosso trabalho. Preste atenção às regrinhas e volte sempre ao jogo para memorizá-las. Você é bem-vindo sempre. Espero que se divirta e aprenda bastante. Não esqueça de deixar seu comentário. Beijinhos.
Simbolismo e suas principais características e representantes
Estudar o Simbolismo é contribuir para a recuperação
de seu valor estético, vilipendiado pela crítica e pelo público de sua época.
Os poetas dessa vertente retomaram questões esquecidas desde a instauração do
ciclo antirromântico, como a subjetividade e a valorização dos sentimentos e
das emoções empreendida pelos poetas românticos. Isso ocorreu porque o final do
século XIX foi bastante turbulento no Brasil e na Europa.
Ao contrário do que se pensava, o capitalismo e os
avanços técnico-científicos não foram capazes de beneficiar toda a população,
privilegiando apenas uma pequena elite, de modo que conquistas como a Abolição
da Escravatura e a Proclamação da República não propiciaram mudanças efetivas,
mantendo o status quo de uma maioria
oprimida. Sendo assim, o clima otimista que imperava à época das benesses
promovidas pela Revolução Industrial foi substituído por um olhar mais
reflexivo e pessimista que, obrigatoriamente, necessitava de um novo olhar
artístico para expressá-lo.
Guiados pela percepção de que a arte tinha de voltar a
ser valorizada por ela mesma, sem a necessidade de ser engajada, parnasianos e
simbolistas, partilhando o mesmo contexto de produção, questionam o poder da
razão e da ciência. Essas estéticas, portanto, opuseram-se à recém formada
sociedade tecnocrata e buscaram valorizar o belo da arte, mas por caminhos
distintos, que fizeram do Parnasianismo a arte da elite, e do Simbolismo uma
arte marginal.
O desprestígio que acometeu o Simbolismo está filiado
ao seu projeto literário, que pretendia sugerir, simbolizar, ao invés de
simplesmente dizer. Ainda que empreendendo um primoroso trabalho linguístico,
criando imagens sugestivas, valorizando a sonoridade e as sinestesias, os
simbolistas não conseguiram despertar, no público da época, ainda apegado aos
valores parnasianos, o gosto por poemas que visassem à captação da essência
humana.
A recém-formada elite brasileira também desprezou o
movimento, pois estava deslumbrada com os recentes avanços e carecia de uma
visão crítica da realidade, o que dificultou a compreensão do projeto literário
simbolista. Mesmo entre os intelectuais, esse desprezo se manteve, o que se
comprova pelo fato de que nenhum poeta simbolista fez parte da Academia
Brasileira de Letras quando de sua fundação por Machado de Assis, em 1896.
Diante desse desprestígio, resgatar o valor dessa estética é de extrema
importância, proporcionando a ênfase, de outra faceta da linguagem: sua
capacidade de abstração, de construir o vago (sonho) a partir do concreto (a
língua).
Essa mesma capacidade de abstração também marcava
outra manifestação artística: o Impressionismo.
O clima de incertezas e indefinições atingiu as artes
plásticas originando telas que se afastaram completamente do modo de expressão
realista: o que valia eram as impressões do artista e não a mera reprodução do
real. Assim, estudar o Simbolismo favorece a compreensão do Impressionismo,
pois, se os poetas utilizavam a língua para expressar o desconhecido, os
impressionistas apropriavam-se das cores e dos jogos de luz e sombra para
inserir a abstração em suas obras...
Para complementar suas informações assista o vídeo a seguir sobre a estética simbolista:
O Impressionismo, tal como o
Simbolismo, foi uma reação artística contra o cientificismo e o materialismo
que imperavam na época, defendendo que o artista devesse buscar a essência do
ser, o conhecimento intuitivo, a realidade subjetiva. Para alcançar esse fim, o
poeta, então, empregou recursos sonoros, como aliterações e assonâncias, e
figuras de linguagem, como sinestesias, metáforas e comparações.
Não se trata de
uma forma de fuga da realidade, mas sim de um jeito particular de
interpretá-la, como se simbolistas e impressionistas vissem o mundo “de dentro
para fora”.É fundamental que a visão
simbolista não se confunda como uma forma de escapismo, visto que o objetivo
era captar o real de outra forma, metafísica e espiritualmente, e não sentimental.
Para conhecer um pouco do trabalho de artistas deste período, procure visitar os sites abaixo:
Ao final do século XIX, o progresso e a transformação
do espaço urbano se mostraram incapazes de promover reais mudanças na
sociedade, beneficiando apenas uma pequena parte da população. Sendo assim,
instaurou-se um clima de descrença e pessimismo que abriu espaço para a arte se
voltar para ela mesma, apartando-se da realidade objetiva e centrando-se na
realidade subjetiva. Na literatura, os poetas simbolistas utilizaram uma linguagem
extremamente abstrata, que mais sugeria do que dizia.
Para mostrar a descrença na razão, motivada por um
profundo descontentamento com os supostos avanços que inundaram a sociedade ao
final do século XIX, procure assisitr ao vídeo “Mito da Caverna”, uma versão em história em quadrinhos para o
célebre mito criado pelo filósofo Platão.
Segundo o mito original, em uma
caverna, vivem prisioneiros cuja única forma de contato com o mundo exterior é
através das sombras projetadas nas paredes pela luz de uma fogueira. Quando
finalmente libertos, os ex-prisioneiros maravilham-se com o real, com a
verdade, com um mundo tangível e palpável ao qual não tinham acesso. No
entanto, tendo vivido desde o nascimento na escuridão, esses seres têm
dificuldade para se habituar à luz, ao mundo real.
Assista também o vídeo Ser ou não ser - Platão, o mito da caverna, da série apresentada pela filósofa e psicanalista Viviane Mosé, exibido pelo Fantástico.
É
importante destacar que a caverna e a consequente privação de
luz simbolizam a ausência de conhecimento. Para Platão, tal como os
prisioneiros em sua alegoria, os seres humanos não teriam condições de acessar
a verdade. Todos seriam iludidos por seus sentidos. Como ocorreria na caverna,
visão, tato, audição, olfato e paladar permitiriam ao homem apenas o contato
com sombras, meras projeções da essência de todas as coisas. O sol, ao
contrário, visto somente depois da saída da caverna, representa o saber, o
conhecimento da essência. Esse saber, que ilumina alguns, não chega a outros,
que permanecem no interior, felizes e descrentes da verdade exterior à caverna.
Na poesia, os simbolistas também questionam as sombras
e as projeções representadas pelo progresso do final do século XIX. Nesse
contexto, a saída encontrada pela arte foi lidar com essa realidade de outra
forma, com um olhar pessimista e reflexivo.
O pessimismo, motivado pelo descrédito da
racionalidade humana, foi representado pela recorrência de elementos que
remetiam ao vago, ao impreciso. Nesse sentido, a poética simbolista conseguia
se contrapor à postura racional, marcada pela clareza, objetividade e exatidão.
Mas como representar o vago? A resposta dos poetas simbolistas está na criação
de imagens sugestivas, como aquelas proporcionadas pelas mesclas inovadoras de
sentidos, as sinestesias. É por isso que, a despeito de se preocupar com a
essência, o Simbolismo explorou tanto os sentidos humanos, considerados
enganadores por Platão.
Assim, o Simbolismo, evidenciando pontos de contato
com o mito, representou a reflexão crítica sobre a razão e a realidade na
literatura.